Pensamento do mês de Outubro de 2012

O Homem nasce sem razão e assim se mantém até a ganhar através do conhecimento. O conhecimento só se adequa à verdade quando validado e a validação surge só quando a não entidade criativa se revela na realidade. Mas será a realidade egoísta ?

Nota Mental: Que se lixe a realidade :p .

Liberdade, Igualdade e Fraternidade ... onde andam ?

A possibilidade da criação de um sistema que aproximasse as nações a estes ideais, levou a dois insuspeitos anarquistas da Carbonária a morrer para que tal sistema se concretiza-se. Sendo os únicos com a coragem necessária para mudar a realidade de um país, estes indivíduos, se ressuscitassem hoje, voltariam a morrer se vissem a usurpação e manipulação por parte da república destes mesmos ideais. Sentir-se-ião enganados ...

Os republicanos no seu manifesto defendiam a alfabetização universal no nosso país. Um resultado do ideal de Igualdade que se baseava na ideia de que um povo educado é um povo que encontra melhores soluções como um todo. Para tal, os professores eram vistos como intervenientes fulcrais neste processo. Hoje em dia são tratados como meros números no custo de produção da educação.

O ideal de Liberdade também foi subvertido e sobreposto ao ideal de Igualdade. Exigimos liberdade de acumular capital muito mais rapidamente do que damos liberdade a minorias para exercer a sua consciência. Igualdade ? Só nas eleições pois não se descrimina e até somos uma democracia. De vez em quando ... de 4 em 4 anos ou de 5 em 5 anos, ou num ou noutro referendo. Contudo a democracia "total" quer-se participada todos os dias e não exaltada só como meros actos formais nas políticas nacionais. No resto do tempo, temos uma ditadura económica apoiada pelo sistema que é republicano e se diz democrático. Um sistema que mente de 4 em 4 ou de 5 em 5 anos, que engana, que diz que faz assim mas depois faz assado. Uma democracia à qual chamo de "parcial", onde a igualdade é aparente e realmente controlada pela elite.

Sendo assim, a ideia de Fraternidade dilui-se na definição deturpada dos outros dois ideais. Agora somos todos irmãos, mas mal educados. Não damos a mão a quem mais precisa, a não ser que seja visto como uma acção de caridade. Pois se ser fraterno significa ser irmão, tornamo-nos todos muito "Cains" ...

O Buiça era um verdadeiro Irmão. Não hesitou em morrer por ideias universais, humanistas e progressistas. Mesmo que não assistisse à implantação da Republica, atirador exímio, não tremeu quando carregou no gatilho sabendo que ele próprio iria ser executado. Não era republicano, era anarquista. Sabendo isto, sabemos que as organizações políticas podem até ser um mal necessário para revolucionar o sistema e atingir tais nobres ideais, mas como a história o prova, continuam a ser um mal. Foi a política que subverteu o 3 ideais. O Buiça e o Alfredo tinham os verdadeiros bem presentes.

Segundo Kant o pagamento das SCUT não faz sentido ...




SCUT acrónimo para”Sem Custos para os Utilizadores”.

Segundo a análise de Kant sobre o conhecimento da natureza das proposições, ele distinguiu entre proposição analítica e proposição sintética a diferença entre as coisas existirem, ou terem propriedades e métodos independentes do nosso juízo sobre os mesmos (analítica); e juízos de valor projectando sobre elas propriedades e métodos (sintética).

Sendo assim. Um juízo analítico pode ser:

"Todos os solteiros ainda não se casaram"

Enquanto um juízo sintético poderá dizer:

"Todos os solteiros são infelizes"

Dentro destas proposições, as mesmas podem vir à posteriori ou à priori, distinguindo se a justificação vem antes ou depois da experiência.

Sendo as SCUT um objecto criado com o conceito de "não pagamento", não faz sentido a uma SCUT ser paga. É um contra-senso. É a crítica que Kant faz às proposições analíticas à posteriori. Se as proposições analíticas "são" e existem como predicado fazendo parte do sujeito, não faz sentido existir uma concepção à posteriori. Se tal for feito, o objecto deixa de ser o mesmo e a palavra - ou o conceito anteriormente associado - não faz sentido. Um contra-senso !

Logo SCUT pagas são tanto SCUT como os solteiros que já casaram são solteiros.

O terrorista económico vira casacas II


A palavra terrorismo pode ser definida de várias formas. Entre elas, as mais relevantes são :

1) Uso de violência, assassinato e tortura para impor seus interesses (terrorismo físico).
2) Indução do medo por meio da divulgação de noticias em benefício próprio (terrorismo psicológico).
3) Recurso usado por governos ou grupos para manipular uma população conforme seus interesses.
4) Subjugar economicamente uma população por conveniência própria (terrorismo económico).

Como vemos, para além do tão mediatizado terrorismo físico - praticado por radicais religiosos ou nacionalistas - onde se fazem explodir bombas, existem também formas mais subtis de controlo que se encaixam na definição.

De facto, os "media" praticam terrorismo psicológico através do controlo da informação que é divulgada. Tal pode ser visto através da inclinação político-económica que a grande maioria dos intervenientes dos media (comentadores, entrevistados e entrevistadores) demonstram, explicando como a forma e o conteúdo da informação é "estandardizado" para que exista uma facilidade de quórum sobre que é "normal e expectável" na nossa realidade. De facto, os media são a maior e a mais eficaz forma de criar a ilusão da chamada "realidade estabelecida". Esquecendo-se que ela é emergente, e ao mesmo tempo abominando a libertação da escravidão mental por parte da maioria da população.

O terceiro conceito engloba, no meu ponto-de-vista, o segundo e o quarto conceito. Se o parágrafo anterior já explica uma das formas utilizadas pelo estado, ou melhor dizendo, pela "corporatocracia" da elite económica no poder através dos meios de comunicação - o caso PT/Tvi é um flagrante episódio que explica esta ideia - temos o chamado terrorismo económico em vista.

De facto, existem muitas formas de actuar deste terrorismo, e às claras. Veja-se o sistema de especulação bolsista, as agências de rating associadas ao controlo do valor da dívida nacional,ou as práticas por parte do sistema financeiro nesta "crise".

Existem outras formas, mais subtis, como o FMI ou o Banco Mundial que já tentaram escravizar economicamente países como a Bolívia, o Ecuador, ou o Panamá - entre muitos outros - emprestando dinheiro mas exigindo "ajustes estruturais" como alterações substanciais no sistema social ou a privatização de empresas de exploração de recursos naturais ou outras empresas com peso estratégico. Significando essa privatização a submissão a empresas estrangeiras, a subida de preços e - na totalidade nacional - a ainda mais pobreza.

A elite económica está agora bem preparada para fazer o mesmo em países ditos "desenvolvidos". Portugal não foge à regra. Basta ver a necessidade actual em vender o património público, em privatizar e em ajustar orçamentos que esmagam direitos sociais, para ver como esse terrorismo é aplicado por aqui. Isto tudo exigido por Bruxelas, em que a cara do terror é o nosso caro presidente da comissão europeia, Durão Barroso. Por cá o governo diz que sim, que é necessário aplicar ditas medidas "estruturais". Batem palmas ao aumento da idade de reforma, ao corte de prestações sociais, a leis laborais "flexíveis" para favorecer a elite económica, salários baixos, menos emprego e mais pobreza ... a ditadura económica imposta pelo terrorismo económico.

Seja através de subornos a políticos no poder, ou através da adesão a sistemas que balançam para o controlo por parte da elite, chegamos à conclusão que não são só muçulmanos com bombas amarradas ao peito que podemos chamar de terroristas. Aliás, o terrorismo físico representa uma infinitésima parte do nº de mortos se o compararmos com os outros tipos de terrorismo. A pobreza, reflectida na falta de ajuda social, médica ou alimentar, mata muito, muito mais. Os grandes terroristas vestem "fato e gravata" e não escondem a cara. Eles sabem que a maioria está sob controlo, e como o sistema funciona por maiorias, eles estão descansados ...

p.s: Embora um sistema gerido por maiorias consiga criar consensos abrangentes, não significa que esses consensos sejam a melhor opção. Opinar de contrário é cair numa falácia "ad populum" . Deduzindo e sendo dito numa frase: "nem sempre a maioria tem razão". Sistemas perfeitos ? Não existem. Mas é legitimo pensar que procuramos um melhor, ou pelo menos menos falacioso.

p.p.s: Para perceber o que está por trás da ideia do terrorismo económico, recomendo ler o livro de John Perkins, Confissões de um Assassino Económico, ou visitar o seu site.

A universalidade do monetarismo


"E que se faça do pagamento das scut ... universal"

Quando falamos em universalidade das coisas, falamos na propriedade objectiva de algo que, na sua essência, é percebido pelo intelecto de uma forma absoluta e comum a todos.

No entanto, esta universalidade está dependente de um juízo analítico das propriedades das coisas.

Os argumentos em favor do pagamento universal, do quer que seja, num sistema monetário estão dependentes de um juízo sintético, feito à posteriori. Eles resultam da experiência e sobrepõem ao sujeito no predicado um atributo que nele não se acha previamente contido (não se pagava nas SCUT ), sendo, por isso, privados e incertos. Nunca universais.

Para justificar logicamente uma universalidade de pagamento nas SCUT, teria que se criar, de inicio, e através da absoluta propriedade da equalidade contida no conceito de "universal", uma universalidade de opções, em que o sistema equilibra tanto o que pede com o que faz. Algo que raramente acontece ...

E é aqui que a dita "Universalidade" não faz sentido, pois o poder monetário das populações é diferente. Logo, estaremos a exigir mais de alguns do que de outros. Isto é tudo menos universal. Seria, se tivéssemos todos a mesma dita capacidade monetária (impossível numa sociedades estratificada por classes) ou então opções viáveis às SCUT (impossível devido às diferentes condições nas diferentes regiões por onde passam as mesmas). Aliás, a única forma do sistema alguma vez ter sido universal, teria sido através do não pagamento das portagens de qualquer autoestrada por parte de todos os portugueses. No entanto, sempre as pagamos através do imposto de circulação ou do IVA no pagamento dos combustíveis e meios de transporte. Portanto, uma "Universalidade" parca já existe. Será que precisamos de mais "universalidades" ?

Os nossos ávidos políticos acham que sim. Levantam uma "bandeirinha" que diz "Universal" para justificar o pagamento de algo que já é pago por todos nos nossos impostos. Mas é preciso vender o peixe pois disso depende a continuidade deles no poder. Precisam é de dinheiro, a universalidade é só uma desculpa.

Como forma de "mea culpa" ainda referem : "Ou pagam todos, ou não paga ninguém". Pois para mim não deveria mesmo pagar ninguém ...

O terrorista económico vira casacas I


" Durão Barroso - o 'comunista' "

Alguns chamam "evolução" a uma mudança de comportamento de alguém que vai de encontro aos ideais e valores para onde se muda. Ao fim e ao cabo, "evoluir" - num sentido restrito - é partir para uma situação melhor ou mais vantajosa. Num sentido amplo, é só para alguns ...

A "evolução" do Durão é uma mudança para melhor mas só para ele. Mudou de ideologia, não porque achasse que iria criar uma melhor sociedade, mudou porque sabia que iria ganhar pessoalmente algo com isso.

O sentido de "evolução" deve ser sempre aplicado num sentido sociocultural, em que a mudança é melhor para mim mas também é melhor para os outros.

Há muitos "evoluídos", que mudam radicalmente e tornam-se agentes da oligarquia económica no poder. Eles "evoluíram", adaptaram-se ao sistema e tiram partido dele. Só que o sistema só serve alguns ...

Muitos mudam mas só alguns evoluem. No entanto, ninguém se preocupa em fazer evoluir o próprio sistema. De qualquer forma, não depende desses "evoluídos" pois a realidade é emergente e mais tarde ou mais cedo obrigará o próprio sistema a mudar. É tudo uma questão de tempo e de número de pessoas a aderirem a essa mudança. Isso sim, pode ser chamado de "evolução".

Patriotices ...

Depois do patriótico apoio pela classe política de direita e a auto-intitulada esquerda progressista, teremos o pagamento através de mais uma "ensaboadela" no melhor do estilo neo-liberal.

De que serviu o apelo à pátria ? De nada ... mais uma queda no mundo das falácias.

Bruxelas irá condenar a utilização da "golden share" (GS) por parte do governo português no triângulo vivo-pt-telefónica. O Durão dá mesmo jeito ... é pena que não seja para nós, mas sim para a afirmação do controlo da oligarquia económica no poder.

Talvez, no futuro cheguemos à conclusão que as realidades culturais, emergentes mas diferenciadas na sua capacidade de realização social, não são capazes de aplicar um modelo único ou singular. Só de pensar nesta falha de análise sociológica por parte do neo-liberalismo é tornar óbvio o destino deste sistema. Esqueçam as explicações sobre adaptações do sistema às realidades próprias de cada país que eles já nem falam nisso. A globalização não o permite e iremos ser todos absorvidos que nem sardinhas por tubarões.

Isto tudo para criticar os senhores que se apresentaram hoje na SIC Notícias para falar sobre a televisão do futuro. Até podia ser num outro programa sobre o dito "triângulo" que a coisa seria a mesma. De qualquer forma, uma coisa é comum: Os senhores directores - ou similar - da vodafone, zon e cia estão de acordo em condenar a GS. Belos patriotas ... vender uma "jóia da coroa" aos espanhóis é coisa banal hoje em dia nos nossos lusos negócios.

"
Um aparte ...


There is no escape. Don't make
me destroy you. You do not yet
realize your importance. You
have only begun to discover your
power. Join me and I will complete
your training. With our combined
strength, we can end this destructive
conflict and bring order to the galaxy.
"

Pergunto: E porque não vendemos tudo ... já ? Aos espanhóis, depois aos chineses, aos angolanos e por aí fora.

Para que sofrer mais ? O nosso destino, dentro da nossa convicção, é sermos comprados pelo resto do mundo. A ajudar temos estes "cabecinhas" na televisão a dizer "VENDE" e o Durão a exigir "ESFOLA". Afinal tudo não passa de uma grande "patriotice". Espero que agora alguns entendam o sistema de controlo que trás o patriotismo misturado com a política: Nada, a não ser mais uns quantos enganados, indivíduos que não se atrevem a questionar a autoridade. Mas alguém questiona. Quando dá jeito os "cabecinhas" pisam nesse patriotismo e mudam logo de conversa. Conveniente ...

No fundo, no fundo, não há Portugal nem Espanha nem a França nem o resto. Há um monte de Seres Humanos controlados pela Elite, levados a acreditar que esta forma arcaica de organização económica é a única viável. Um sistema baseado na escassez e inadaptado à nossa era tecnológica. Incentivado pela ganancia do lucro e pelo desejo puramente materialista. Um sistema que, de livre, só tem a acumulação de capital, e de rico, só tem alguns.

E, que havemos de fazer ? Aderir ao sistema neo-liberal e tentar mudá-lo, ou mudar o sistema ?
Perguntem ao Luke Skywalker ... não quis mudar o Darth Vader. Quis acabar com ele e com o seu sistema. Nem que disso dependesse perder uma mão ! Muitos outros, que nem incontáveis ovelhas, acreditam em brandos costumes e tornam-se crédulos em balelas nacionalistas, cantando-as em uníssono ... cá para mim, o que eu acredito não precisa de seguidores.

Flexibilização - De Trabalhador a Colaborador


Vale a pena rever a situação actual das decisões sobre a flexibilização do mercado de trabalho. De um ponto de vista histórico, estamos de volta à concepção Nacionalista e Corporativista da legislação laboral no segundo terço do século passado. Só na década de 60 e depois de alguma pressão internacional, Portugal começa a sair do marasmo económico que, em muito, essa mesma legislação laboral contribuiu e que viria a ser alterada.

Mas vamos lá ver este pequeno excerto sobre um texto que encontrei de Luís Graça sobre História do Trabalho:


De facto, em 1926 a República é derrubada ou, como lhe chama Nunes (1994, p. 305), "a ‘Nova República Velha’, última fase de um regime demoliberal que, com algumas nuances, continuou a tradição 'liberal oligárquica' característica de um capitalismo pouco desenvolvido". E em 1933 é aprovada a Constituição Política, em vigor até 25 de Abril de 1974.

O Estatuto do Trabalho Nacional, inspirado na Carta del Lavoro do fascismo italiano, vem entretanto consagrar a ideia-força de solidariedade entre a propriedade, o capital e o trabalho. O princípio da solidariedade (art. 11º do Estatuto) articulava-se com a exigência de paz social (art. 5º) e implicava a ideia de colaboração interclassista, um eufemismo para designar a total subordinação do trabalho aos interesses do capital monopolista:

  • "O trabalhador (...) é colaborador nato da empresa (...) e associado aos [ seus] destinos (...) pelo vínculo corporativo" (art. 22º);

  • Em todo o caso, afirmava-se inequivocamente o primado do capital sobre o trabalho: "O direito de conservação ou amortização do capital da empresa e do seu justo rendimento são condicionados pela natureza das coisas, não podendo prevalecer contra ele os interesses ou direitos do trabalho" (art. 16º) (Itálicos nossos).

Como consequência lógica, a greve e o lock-out passam a ser punidos (Decreto-Lei nº. 23 870, de 18 de Maio, diploma que só viria a ser revogado em 1974!).

De certa forma, sinto que as nossas vontades políticas actuais vão no mesmo sentido. São as mesmas desculpas de sempre:

  • Solidariedade - Criar a ilusão de distribuir a crise por todos.
  • A servidão ao capital - Tentando salvar o sistema financeiro. Como também servir de perpétua e principal "desculpa" para a redução dos custo de produção.
  • A afirmação do estatuto de colaborador - É uma questão de semântica, mas acho que "colaborador" tem menos força que "trabalhador" numa base de afirmação e segurança de manutenção laboral. Colaborador=Trabalhador precário (não só, mas também).
  • A noção de uma necessidade de "paz social" - Levar a uma reivindicação sem efeitos práticos por parte dos trabalhadores. Em que a legislação relacionada evoluí no sentido de tirar força a essas mesmas reivindicações. Tudo no sentido de induzir uma sensação de marasmo colectivo no que toca a lutar por mais direitos laborais. Tudo em nome da religiosa "paz social" que mantém em vez de mudar.
O que nos traz até às supostas propostas da direita liberal sobre o tema, tanto do senhor Coelho como do nosso PM, o senhor Sócrates. Estas propostas são o maior ataque aos direitos laborais desde 1975 no nosso país e têm todos os traços fascistas que caracterizaram outros tempos.

Tudo em nome de quê ? Da lei do mínimo denominador comum. Meus caros, é o que dá ter a China mais "competitiva". Sim, competitiva e com baixos custo de produção.

Qual é a solução neste país ? Descer "socialmente" ao nível da China para sermos "competitivos". Isso obviamente significa salários mais baixos, precariedade contratual, aumento da carga de trabalho e tudo aquilo contra o qual foi lutado durante o fascismo. Pergunto: Porque não criar uma taxa de execução social ? Tanta companhia de rating para o sistema capitalista e nenhum tipo de rating social, com imposição de taxas de comercio internacional para países com baixo nível de protecção social e emprego ?

Basta de perguntas pois a resposta é, e há de ser sempre, a globalização e o mercado livre mundial. E livre para quem ?

Estas novas propostas de flexibilização tem um grande objectivo: Criar um maior controlo sobre os custos de produção como meio para aumentar a competitividade e/ou os lucros da empresa. Mas, e quais custos?

Lá vai a carroça à frente do burro ...

Exercício mental #1


"Reconhecer estar errado não significa ser um perdedor"



Reconhecer um erro é, acima de tudo, aprender. A aprendizagem é também moldada pelo
processo cognitivo da tentativa/erro. É experiência pessoal adquirida e vista de muito perto.

Da mesma forma, quem esclarece a quem erra, não deve regozijar o seu intelecto, mas sim exaltar a elevação mental de quem reconheceu o erro.

Sendo assim, só há ganhadores.

Tenho mais medo em não reconhecer que estou errado do que pensar que, erradamente, tenho razão.

Ataque à pessoa


Para além da exploração do Homem pelo Homem praticada pelos regimes, surge agora a exploração da ideia fácil. Para muitos, pensar dá mesmo muito trabalho. Dá tanto trabalho que até parece já terem assassinado o argumento lógico. O Homem, que se diz ocidental e moderno, não passa de um consumista de ideias vazias. Sem a capacidade de filtrar a substância da ignorância e conseguir moldar uma sociedade baseada no conhecimento.

Qualquer um de nós dever sempre desconfiar de qualquer tipo de autoridade. Quando submetidos a ela, seja religiosa, política ou económica temos, em primeiro lugar, de ter a noção da validade das nossas ideias e de que forma essa submissão pode ser positiva para o todo. Dentro desta ideia, essa capacidade de discernimento advém da capacidade de transformar a informação em decisão.

Não são certamente "as telenovelas, a missa e o futebol" que a fornecem - esses grandes baluartes da nossa sociedade que moldam as nossas conversas diárias ... O Homem passou do tempo da pouca, para o tempo da muita informação. Até pode parecer um benefício. Mas essa aparente benesse não é mais do que confusão criada. Criada pelas autoridades, pelos poderes, para atacar o intelecto do Homem subserviente. Levado a acreditar que os mercados, a moeda, a bolsa, a contabilidade, a fiscalidade, o capital são uma espécie de salvação ou uma salvação para a espécie.

Informação a mais. Estupenda e bem controlada. Tão bem controlada que até diria que estamos ligados a um qualquer servidor com gigas de informação.

Bem-vindos à era da estupidificação através do excesso e da falácia barata. Que nem cães devoradores de lixo mental e sensorial. Bem-aventurados sejam os "flatulentes" desse excesso, porque deles virá o cheiro do que está podre.

Fui atacado e estou bem ... bons routings e firewalls ... agora fiquem para cheirar ...